domingo, 23 de janeiro de 2011

Estimulação Cerebral Profunda na Doença de Parkinson

As complicações do uso prolongado de levodopa na doença de Parkinson são bem conhecida e geralmente incluem flutuações motores, discinesias e sintomas psiquiátricos. Adicionalmente, um grupo de pacientes apresentam tremor refratário ao tratamento medicamentoso, embora apresentem melhora dos outros sintomas cardinais da doença.
A estimulação cerebral profunda foi introduzida no tratamento da doença de Parkinson no início da década de 90 como um tratamento efetivo para pacientes selecionados. Ela consiste no implante cirurgico de um eletrodo em núcleos profundos (globo pálido interno e núcleo subtalâmico) do cérebro. Estimulação crônica de alta frequência é fornecida através de um gerador implantado no subcutâneo da parede anterior do tórax. Esse método é superior as cirurgias de ablação realizadas até então, pois além de serem reversíveis, a estimulação pode ser ajustada de acordo com a resposta clínica. Candidatos ideais para o implante de eletrodos profundos são pacientes jovens (< 70 anos) com tremor refratário ou discinesias e flutuações motoras, sem déficit cognitivo, com poucas comorbidades e com boa resposta à levodopa e outros medicamentos para a doença. Deve-se ressaltar que a instabilidade postural, problemas com a fala e deglutição não respondem ao implante de eletrodos. Estima-se que apenas 10 a 15% dos pacientes com Parkinson são candidatos para o implante de eletrodos. Uma outra limitação importante é o elevado custo, inacessível para uma parcela significativa dos pacientes.

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