sábado, 17 de dezembro de 2011

Novo medicamento oral para esclerose múltipla mostra benefícios em terceiro estudo multicêntrico

O primeiro medicamento oral aprovado para esclerose múltipla fingolimode (Gylenia) mostrou benefício em mais um estudo multicêntrico de fase 3. O estudo envolveu 2309 pacientes recrutados em 126 centros de 8 países. O risco relativo de novas lesões diminuiu 48% no grupo que recebeu fingolimode em relação ao grupo que recebeu placebo. Bradicardia sintomática ou bloqueio de condução cardíaca foi o efeito colateral mais observado nos dois primeiros estudos que motivaram a aprovação da droga para uso clínico(TRANSFORMS E FREEDOMS). Esse efeito é mais proeminente nas primeiras horas após a ingestão da droga. Todos os pacientes devem ser observados por 6 horas em ambiente hospitalar monitorado quando iniciam o uso do fingolimode. Edema macular, elevação de transaminases, linfopenia e hipertensão foram efeitos colaterais mais comuns que no grupo placebo. Dois casos fatais de infeção por herpes foram documentados nestes estudos, porém o risco de infecção fatal não foi considerado significativo quando os três estudos foram combinados. O risco de carcinoma basocelular de pele foi discretamente mais comum nos pacientes que usaram fingolimode que no grupo placebo. Recentemente, uma paciente morreu no dia seguinte à primeira dose de fingolimode. A causa da morte está sendo investigada, e ainda não há dados para afirmar se a morte foi causada ou não pela droga. Devido ao perfil de segurança das drogas injetáveis já aprovadas para esclerose múltipla (interferons beta e acetato de glatirâmer), essas drogas ainda são consideradas os medicamentos de primeira linha para o tratamento da esclerose múltipla. O fingolimode, apesar da comodidade do uso oral e da eficácia provelmente superior aos medicamentos em uso atualmente, deve ser usada apenas em pacientes que não respondem adequadamente aos medicamentos deprimeira linha e nos pacientes com doença muito severa já na apresentação.

Risco de câncer maior em pacientes com distrofia miotônica

Um estudo publicado na revistta da Associação Médica Americana (JAMA) sugere que pacientes com distrofia miotônica apresentam risco mais elevado de câncer que a população geral, particularmente de cérebro, cólon,ovário e endométrio. Estratégias de screening de câncer nesta população de pacientes deve ser rigorosamente testadas com o objetivo de verificar se elas podem diminuir mortalidade relacionada ao câncer. O estudo icluiu 1658 pacientes com distrofia miotônica acompanhados na Suécia e Dinamarca entre 1977 e 2008. Durante o período de acompanhamento, 104 pacientes desenvolveram câncer, enquanto o número esperado na população geral seria de 52, conferindo um risco relativo de 2, ou seja, o risco dos pacientes com distrofia miotônica é o dobro da população geral. Embora já houvessem relatos isolados de casos de câncer em pacientes com distrofia miotônica, esse foi o primeiro estudo caso-controle que encontrou a associação. Infelizmente o estudo não separou os pacientes com os tipos 1 e 2 de distrofia miotônica, não sendo possível, portanto, saber se o risco é maior em qualquer uma das formas ou em ambas. Há uma tendência para maior risco em pacientes com o tipo 1 e do sexo feminino, mas isso merece confirmação em estudos futuros. (Link)

Consumo de peixe, café e álcool associados com menor progressão da esclerose múltipla

Um estudo realizado na Bélgica e publicado no European Journal of Neurology mostrou que o consumo regular de peixes, café e bebidas alcoólicas diminui a velocidade de progressão da esclerose múltipla forma remitente-recorrente. A principal hipótese dos autores para o efeito sobre a progressão da doença destes alimentos é uma possível diminuição da inflamação do sistema nervoso. O risco de atingir um EDSS (escala de incapacidade amplamente utilizada na esclerose múltipla) de 6 (necessidade de auxílio intermitente ou unilateral para locomoção) foi 40% menor em pacientes que tomam café diariamente, 39% menor em pacientes que tomam pelo menos uma a sete doses de bebida alcoolica por semana e 40% em pacientes que consomem peixe (gordo ou magro) pelo menos duas vezes por semana. Por outro lado, tabagismo foi associado com maior progressão da doença. O consumo de chá não modificou a progressão da doença, de acordo com o estudo. Como o estudo não foi desenhado para ser de intervenção, não podemos ainda recomendar essas modificações dietéticas como parte do tratamento padrão da esclerose múltipla, entretanto, pacientes com esclerose múltipla podem se beneficiar de dietas mais saudáveis para retardar a progressão de sua doença. Ainda é importante lembrar que o consumo de álcool em excesso é prejudicial à saúde. (Link)